Sunday, May 27, 2007

Carta de Bento XVI: Os três desafios do mundo globalizado

Zenit, agência de informação - O mundo visto a partir de Roma

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
À PRESIDENTE DA PONTIFÍCIA ACADEMIA
DAS CIÊNCIAS SOCIAIS POR OCASIÃO
DA VIII SESSÃO PLENÁRIA

Carta de Bento XVI: Os três desafios do mundo globalizado

À presidente da Academia Pontifícia de Ciências Sociais

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 15 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos a carta que Bento XVI enviou à presidente da Academia Pontifícia de Ciências Sociais, a professora Mary Ann Glendon, por ocasião da sessão plenária celebrada no Vaticano sobre o tema «Caridade e Justiça nas relação entre povos e nações», de 27 de abril a 1 de maio.

A Sua Excelência Professora MARY ANN GLENDON
Presidente da Pontifícia Academia das Ciências Sociais

No momento em que a Pontifícia Academia das Ciências Sociais se reúne para a sua XIII Sessão Plenária, é com prazer que vos saúdo, bem como aos vossos ilustres colegas, e que transmito os meus sinceros bons votos pelas vossas deliberações.

Este encontro anual da Academia é dedicado à consideração do seguinte tema: "Caridade e justiça nas relações entre os povos e as nações". A Igreja não pode deixar de se interessar por esta temática, uma vez que a busca da justiça e a promoção da civilização do amor constituem aspectos essenciais da sua missão de proclamar o Evangelho de Jesus Cristo. Sem dúvida, a construção de uma sociedade justa é a responsabilidade primária da ordem política, tanto nos Estados individualmente como no seio da comunidade internacional. Como tal ela exige, a todos os níveis, um exercício disciplinado da razão prática e uma formação da vontade, em vista de discernir e alcançar os específicos requisitos de justiça, no pleno respeito pelo bem comum e pela dignidade inalienável de cada indivíduo. Na minha Encíclica Deus caritas est, no início do meu Pontificado, desejei afirmar de novo o desejo que a Igreja tem de contribuir para esta necessária purificação da razão, para ajudar a formar as consciências e estimular uma maior resposta às exigências genuínas da justiça. Ao mesmo tempo, desejei salientar que, mesmo na sociedade mais justa, sempre haverá lugar para a caridade: "Não há qualquer ordenamento estatal justo que possa tornar supérfluo o serviço do amor" (n. 28 b).

A convicção da Igreja acerca da inseparabilidade da justiça e da caridade brota, em última análise, da sua experiência da revelação da justiça e misericórdia infinitas de Deus em Jesus Cristo, enquanto encontra expressão na sua insistência de que o próprio homem e a sua dignidade irredutível devem ocupar um lugar fulcral na vida política e social. Assim o seu ensinamento, que visa não apenas os fiéis, mas também todas as pessoas de boa vontade, apela à razão recta e à justa compreensão da natureza humana, propondo princípios que sejam capazes de orientar os indivíduos e as comunidades na sua busca de uma ordem social que se caracterize pela justiça, liberdade, solidariedade e paz.

Como bem sabeis, no âmago de tal ensinamento encontra-se o princípio do destino universal de todos os bens da criação. De acordo com este princípio fundamental, tudo aquilo que a terra produz e tudo o que o homem transforma e fabrica, toda a sua ciência e a sua tecnologia, tudo deve servir para o bem do desenvolvimento e para a realização da família humana e de cada um dos seus membros.

Com base nesta perspectiva integralmente humana, podemos compreender de maneira mais completa o papel essencial que a caridade desempenha na busca da justiça. O meu predecessor, o Papa João Paulo II, estava convencido de que a justiça sozinha é insuficiente para instaurar relações autenticamente humanas e fraternas no seio da sociedade. "Em toda a gama das relações entre os homens" afirmava ele "[a justiça] deve passar, por assim dizer, por uma "correcção" notável, por aquele amor que, como proclama São Paulo, é "paciente" e "benigno" ou, por outras palavras, que comporta as características do amor misericordioso, tão essenciais para o Evangelho e para o Cristianismo" (Dives in misericordia, 14). Em suma, a caridade não só torna a justiça capaz de ser mais inventiva e de enfrentar novos desafios, mas inclusive inspira e purifica os esforços da humanidade em vista de alcançar a justiça autêntica e, deste modo, a construção de uma sociedade digna do homem.

Num momento em que, "superando as fronteiras das comunidades nacionais, a solicitude pelo próximo tende, assim, a alargar os seus horizontes ao mundo inteiro" (Deus caritas est, 30 a), a relação intrínseca entre a caridade e a justiça tem necessidade de ser mais claramente compreendida e evidenciada. Ao manifestar a minha confiança de que os vossos debates durante estes dias serão fecundos a este propósito, gostaria de chamar brevemente a vossa atenção para três desafios específicos que se estão a apresentar ao mundo, desafios estes que, na minha opinião, só podem ser enfrentados mediante um compromisso firme em vantagem da justiça mais excelsa, que é inspirada pela caridade.

O primeiro diz respeito ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável. A comunidade internacional reconhece que os recursos do mundo são limitados e que todas as pessoas têm o dever de realizar políticas que tenham em vista salvaguardar o meio ambiente, a fim de impedir a destruição do capital natural, cujos frutos são necessários para o bem-estar da humanidade. Para enfrentar este desafio, é exigida uma abordagem interdisciplinar, como aquela que já estais a utilizar.

É também necessário ter a capacidade de avaliar e prever, averiguar as dinâmicas da transformação ambiental e do crescimento sustentável, bem como elaborar e aplicar soluções no plano internacional. É preciso prestar uma atenção particular ao facto de que os países mais pobres, provavelmente, terão que pagar o preço mais elevado pela deterioração ecológica. Na minha Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2007, recordei que "a destruição do meio ambiente, um uso impróprio ou egoísta do mesmo e a apropriação violenta dos recursos da terra... são fruto de um conceito desumano de desenvolvimento. Com efeito, um desenvolvimento que se limitasse ao aspecto técnico-económico, esquecendo a dimensão moral-religiosa, não seria um desenvolvimento humano integral e terminaria, ao ser unilateral, por incentivar as capacidades destruidoras do homem" (n. 9). Ao enfrentar os desafios apresentados pela tutela do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável, somos chamados a promover e a "salvaguardar as condições morais para uma autêntica "ecologia humana"" (Centesimus annus, 38). Isto, por sua vez, exige um relacionamento responsável não somente com a criação, mas inclusive com o nosso próximo, de perto e de longe, no espaço e no tempo, mas também com o Criador.

Isto leva-nos ao segundo desafio, que compromete o nosso conceito da pessoa humana e, consequentemente, os nossos relacionamentos recíprocos. Se os seres humanos não forem considerados como pessoas, homem e mulher criados à imagem de Deus (cf. Gn 1, 26) e dotados de uma dignidade inviolável, será realmente difícil alcançar a justiça integral no mundo. Não obstante o reconhecimento dos direitos da pessoa, contido nas declarações internacionais e nos vários instrumentos legais, ainda é necessário realizar muito progresso a fim de que este reconhecimento venha a contribuir para a resolução de problemas mundiais, como o fosso crescente entre os países ricos e os países pobres; a distribuição e a atribuição desiguais dos recursos naturais e da riqueza produzida pela actividade humana; a tragédia da fome, da sede e da pobreza num planeta onde existe abundância de alimentos, de água e de prosperidade; os sofrimentos humanos dos refugiados e das pessoas deslocadas; as incessantes hostilidades em numerosas regiões do mundo; a carência de uma suficiente salvaguarda legal dos nascituros; a exploração das crianças; o tráfico internacional de seres humanos; e muitas outras injustiças graves.

Um terceiro desafio está relacionado com os valores do espírito. Coagidos pelas preocupações económicas, tendemos a esquecer que, diversamente dos bens materiais, os bens espirituais propriamente humanos se ampliam e se multiplicam quando são transmitidos: diversamente das coisas divisíveis, os bens espirituais como o conhecimento e a educação resultam ser indivisíveis, e quanto mais são compartilhados, tanto mais são possuídos. A globalização incrementou a interdependência entre os povos, com as suas diferentes tradições, religiões e sistemas de educação. Isto significa que os povos do mundo, em virtude de todas as suas diferenças, aprendem constantemente uns dos outros e entram em contactos mútuos cada vez mais profundos. Por isso, é ainda mais importante a necessidade de um diálogo que possa ajudar as pessoas a compreenderem as suas próprias tradições em relação às dos outros, a desenvolverem uma maior consciência diante dos desafios que se apresentam à sua identidade e, deste modo, a promoverem a compreensão e o reconhecimento dos valores humanos genuínos, no contexto de uma perspectiva intercultural. Em vista de enfrentar estes desafios, é urgentemente necessária uma justa igualdade de oportunidades, de forma especial no campo da educação e da transmissão do saber. Infelizmente a educação, de modo particular a nível primário, continua a ser dramaticamente insuficiente em numerosas regiões do mundo.

Para enfrentar tais desafios, somente o amor ao próximo pode inspirar em nós a justiça ao serviço da vida e a promoção da dignidade humana. Exclusivamente o amor no seio da família, alicerçado num homem e numa mulher criados à imagem de Deus, pode garantir a solidariedade intergeracional, que há-de transmitir o amor e a justiça às gerações vindouras. Só a caridade pode encorajar-nos a inserir a pessoa humana no fulcro da vida na sociedade e no cerne de um mundo globalizado, governado pela justiça.

Queridos Membros da Academia, é com estas considerações que vos animo ao dardes continuidade a este vosso importante trabalho. Sobre vós e os vossos entes queridos, invoco cordialmente as Bênçãos divinas da sabedoria, da alegria e da paz.

Vaticano, 28 de Abril de 2007.

PAPA BENTO XVI


[Tradução distribuída pela Santa Sé
© Copyright 2007 - Libreria Editrice Vaticana]

Monday, May 21, 2007

Sob o Céu do Cruzeiro

Sob o Céu do Cruzeiro:

Uma curiosidade: atualmente a constelação do Cruzeiro do Sul não pode ser vista da Terra Santa, mas era possivel visualizá-la nessa região na epoca do nascimento de:

Nosso Senhor Jesus Cristo

Sunday, May 13, 2007

O estudo do Conhecimento de Deus segundo o Doutor da Verdade Cristã

O Doutor da Verdade Cristã

Desde os primórdios do cristianismo debateu-se a questão de saber até que ponto os cristãos, particularmente os padres e muito especialmente os monges, teriam permissão para estudar , ou seriam a isso encorajados. S. Tomás de Aquino nunca teve hesitações a este respeito. Na Summa Theologiae propôs resolutamente a questão, pela fórmula mais desafiadora: de fato, não indagou se os monges poderiam ter permissão para estudar, e sim se poderia instituir-se uma ordem religiosa com o fim de dedicar-se aos estudos (S. Teol., IIa IIae, q. 188, a. 5). E sua resposta é afirmativa. Mas o que é interessante considerar são os argumentos com que fundamenta esta afirmativa.

Alguns deles fundamentaram-se nas necessidades da vida ativa: o pregador tem de aprende alguma coisa, se realmente quer pregar. Outros se apoiam nas necessidades da vida contemplativa. Para limitar-se a este segundo grupo de argumentos, observamos inicialmente que os estudos que S. Tomás tinha em mente são os que ele chama de "studia litterarum". Parece entender por esta expressão, ante de mais nada, o estudo das letras sagradas, ou seja, o estudo da Sagrada Escritura. Tratando da vida contemplativa, S. Tomás de Aquino fixou-lhe, como objeto principal, perscrutar a verdade divina, porque essa contemplação é o fim de toda vida humana. Em segundo lugar, e como para encaminhar a este elevadíssimo objeto, S. Tomás atribui à vida contemplativa a consideração dos efeitos de Deus, consideração que nos leva, como pelas mãos, ao conhecimento do autor desses efeitos. É óbvio que a inclusão do estudo das criaturas entre os fins legítimos da vida contemplativa, implica o reconhecimento dos estudos científicos e filosóficos como objeto legítimos dos estudos monásticos.

S. Tomás de Aquino nunca se afastou desta posição. Sustentou sempre que eram lícitos aos monges os estudos científicos e filosóficos. Sustentou sempre explicitamente que, uma Ordem Religiosa instituída para dedicar-se ao estudo, podia legitimamente incluir ciência e Filosofia nos seus programas, atendendo apenas a que estes estudos se orientassem para a contemplação de Deus, como seu próprio fim. Foi perfeitamente claro neste ponto: "A própria contemplação dos efeitos divinos pertence, secundariamente, à vida contemplativa, pois que o homem por ela se eleva ao conhecimento de Deus" (S. Teol., IIa IIae, 9. 180, a 4, resp.).

Saturday, May 12, 2007

AS DORES QUE UM FETO SENTE: QUANTO VALE A VIDA HUMANA?

http://mail.google.com/mail/?ik=e63b0c8e41&view=cv&search=inbox&th=1127e2967c169599&ww=1016&lvp=3&cvp=4&qt=&zx=dhbq7v-ki5cph

por Emanuelle Carvalho Moura

As relações entre feto e dor são objetos de inúmeras pesquisas científicas, ZENIT (07/06/2006) noticiou estudo do professor neonatologista K.J.S. Anand, “Estudioso de renome mundial demonstra que o feto experimenta dor”, publicada oficialmente na “Pain Clinical Updates”, revista da Associação Internacional para Estudo da Dor, mundialmente a fonte mais autorizada sobre o assunto, em que declara: “A evidência científica mostra como possível e inclusive provável que a percepção da dor no feto comece antes do período avançado de gestação”.
...
A prática do aborto, regularizada em vários países, faz com que o número de fetos mortos sejam uma das maiores causas de mortalidade humana, mais do que epidemias ou guerras. Em 10 de maio de 2006 um informe sob o título: “En Europa se realiza un aborto a cada treinta segundos”, constata : “cada vez nascem menos crianças e ainda se produz milhares de abortos que se convertem, junto ao câncer, na principal causa de morte na Europa” <http://www.analisisdigital.com/Noticias/Noticia.asp?IDNodo=-3&Id=11808>.
A legalização do aborto gera para as empresas que lidam com esse “negócio”, lucros imensos, em 28 de junho de 2006, a ACI noticiou “Transnacional abortista arrecada quase 900 milhões de dólares por ano”: “Depois de uma inexplicável demora de sete meses, a Planned Parenthood Federation of America (PPFA), a maior organização abortista do mundo, emitiu seu relatório financeiro do período julho de 2004 - junho de 2005, no qual mostra que sua arrecadação total chega a quase 900 milhões de dólares. (...) O relatório também apresenta a alarmante cifra de abortos realizados por esta organização: 255 mil e 15, que geraram 108 milhões de dólares. O relatório evita referir-se à quantidade de falecidas em sua clínica como conseqüências dos abortos praticados”. Além dos lucros que essas empresas obtêm, depois da legalização da prática abortiva, existe um comércio clandestino de tráficos de órgãos e partes do corpo de bebês abortados, como Andrew Goliszek, PhD em Biologia e Fisiologia pela Universidade Estadual do Utah, denunciou nos Estados Unidos através do livro: “In the Name of the Science”, publicado em português pela Ediouro, sob o nome “Cobaias Humanas: a historia secreta do sofrimento provocado em nome da Ciência”, revelando que um único bebê poderia render até 14 mil dólares, separado e vendido em peças, para diversas indústrias de pesquisas científicas...


Totalmente inocente e sem possibilidades de se defender, o feto ainda sente a dor de cada parte de seu corpo trucidado: junte todos os abortos legalizados da Europa, com os dos EUA, Japão, China, Índia e demais países, imagine, depois, o grito, sob a cortina do ventre da própria mãe, que geme diante do oceano vermelho de sangue inocente que banha o planeta. Existirá um grupo de excluídos da sociedade melhor representado do que aqueles que tiveram sua vida suprimida na barriga de sua mãe, com o consentimento dela e, muitas vezes, do pai, ou seja, daqueles que o geraram? Não há maior exclusão do que aquela provocada pelo aborto: aversão da mãe, do pai, de médicos, enfermeiros e técnicos co-responsáveis; exclusão da sociedade que financia, pelos impostos, o crime nos centros de saúde públicos; ódio de todos aqueles que lutam pela ideologia da liberdade de escolha de matar a qualquer custo e não medem as conseqüências catastróficas que essas idéias implicam. A partir dessa exclusão, surge ainda o mercado dos que lucram vendendo o próprio filho, ou gerando-o até um certo momento em que ele lhe dará uma recompensa maior por cada parte do corpo processada. A diminuição da dignidade da vida desde a concepção, vista como mero objeto, reduzem o valor inestimável do ser humano ao que, simplesmente, o dinheiro pode pagar.

Monday, May 07, 2007

Cultura cibernética: os desafios da convergência de informação do paradigma atômico ao ôntico

Sabemos que muito da tecnologia da informação de que dispomos foi fruto dos estudos estratégicos da Defesa Militar americana, de certa feita oriundos de uma lógica positivista, atomizada, que reflete uma visão de mundo sectária, em constante atrito, direcionando a força das mentes mais geniais para uma ordem de combate. Assim surgiu a internet, fundamentada em sua incrível capacidade de descentralização de envio de pacotes de bits, e continua seus desdobramentos no concorridíssimo mercado de softwares, blogs, videblogs, da Web 2.0. Entrementes, por traz das grandes disputas tecnológicas enaltecidas pela gana de exposição da mídia global, corre gigantescos empreendimentos no estudo, desenvolvimento e consolidação da gestão da informação, numa rede de relacionamentos e esforços de padronização e integração de linguagens inédita entre todos os povos do planeta.

Palavras como socialbookmarking, podcasts, compartilhamento interativo, hipertexto, hipermídia, a busca de uma semântica universal de documentos da web, mostram parte da perspectiva de busca por confluência de informações e porque não saberes. Nesse caso temos um exemplo de esforços Herculano na tentativa de integrar a babel de linguagens, protocolos e procedimentos em todos os níveis de tecnologia da informação.

Ocorre que as informações pontuais, digitais são, diria pitágoras, como os números discretos, muito úteis mas que por si não dizem nada, a beleza da matemática está na dimensão do continum, na continuidade infinitesimal dos números. O saber analógico, dialógico, vai muito além, é a verdadeira fonte de saber que perpetua e engrandece as civilizações. Entre a troca de dados brutos e a consecução da comunicação efetiva entre dois interlocutores interessados ou uma comunidade dada há um colossal distância a ser percorrida.

As últimas pesquisas na robótica “inteligente” de busca, a linguagem de programação por objetos ou os acordos na padronização de documentos em Xml e Dhtml (padrões de formatação e conteúdo estruturados), aliados aos direcionamentos iniciais do entendimento da linguagem humana promovida pelos filósofos e filólogos da linguagem (eg. Witggestein), podem ser um primeiro passo para a busca do verdadeiro diálogo entre as diversas disciplinas da ciência e mesmo de outros magistérios.

Mas a fonte primeira do saber, amálgama da união entre os povos, continuará a ser dada pela perspectiva última da realidade do ser. Saber verdadeiramente analógico porque a linguagem busca expressar as facetas da realidade sem nunca abarcá-la totalmente. Sem deixar de contribuir cada vez mais para a compreensão de um ser que não é nem unívoco nem equívoco em relação ao Ser, mas analógico (Aristóteles), na medida em que se assemelha e participa da ontogenia do Ser Uno e Trino, sem sê-lo (Maritain).

Para Ratzinger a formação do eu autêntico se dá com a abertura da comunicação dialógica do eu, imperfeito, com a perfeição do tu, que é também a Palavra vivida, de amor – o Verbo em ação, em nossa existência. Para Lévy, essa vivência é a atualização, processo de concretização do potencial latente no ser, que insiste e existe no virtual, em resolução dos problemas, que subsistem e acontecem, no mundo. Não estaríamos então contribuindo, espiritual e logicamente falando, para a formação de uma espiral virtuosa entre virtual e atual rumo ao ansiado ponto ômega de Cristo?

Tendo como instrumental a tecnologia, a cibertécnica pode evoluir, com ocorre com toda tecnociência, para o bem ou para o mal. De um lado, na visão pessimista de um George Orwell, contribuirá para a atomicidade dos Eus e a perda de alteridade, levando ao individualismo alienante e o consequente controle totalitário dos indivíduos. De outro, muito pelo contrário, para formação de uma consciência cósmica, através da unificação dos diálogos interdisciplinares, numa visão holística integrativa, sem fronteiras, das realidades virtuais, bem ao estilo de Lévy, contribuindo para uma cultura mais e mais harmoniosa e elucidativa, evoluindo até a conformação de todo o potencial ôntico da humanidade, numa noosfera, conforme a cosmovisão de Teilhard Chardin. O Homem vai selar o seu destino

Brasília, 5 de maio de 2007.

http://cibercultura21.blogspot.com/

Wednesday, May 02, 2007

Ecumenismo hoje: CONIC igrejas-membro

As igrejas que permanecem abertas ao ecumenismo, segundo o Conselho Ecumênico - o CONIC

21/02/2007 - Igrejas-membro

.Igreja Católica Apostólica Romana - ICAR
Dom Geraldo Majela Agnelo
www.cnbb.org.br
.Igreja Católica Ortodoxa Siriana do Brasil - ICOSB
D. Leolino Gomes Neto
icosb@terra.com.br
www.icosb.com.br
.Igreja Cristã Reformada - ICR
Sr. Antônio Bonzoi
.Igreja Episcopal Anglicana do Brasil - IEAB
Bispo Primaz Dom Mauricio de Andrade
www.ieab.org.br
.Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - IECLB
Pastor Dr. Walter Altmann
www.ieclb.org.br
.Igreja Presbiteriana Unida - IPU Moderado
Rev. Manoel de Souza Miranda
www.ipu.org.br